quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A chama que se acende no coração dos Homens Puros


Qual a função das chamadas histórias de fadas na vida do homem? Ou ainda, das lendas e mitos? Tolkien, o genial criador de sagas fantásticas como "O Senhor dos Anéis", "O Hobbit", entre muitas outras, em seu "Sobre histórias de fadas" disserta sobre o tema.
O que nos acontece quando vêmos um belo filme, e mais específicamente "aquela" cena, em que tudo volta ao certo, o mal declina e o bem prevalece, o Amor floresce, se manifesta, rasga todas as convenções, explode e se torna absoluto? Ou seja, "a hora em que choramos"? Existem muitas diferentes situações que nos levam a chorar por emoção em uma obra, seja cinematográfica, editorial, musical, etc.. E repare que não falo do choro de tristeza pela injustiça sofrida por alguém, ou alguma situação difícil com a qual nos identificamos... Falo do "choro" que ocorre quando presenciamos justamente o contrário, ou seja, a solução desse problema, dessa dificuldade, a "virada", ou "volta por cima", trazendo as coisas de volta ao que é certo.... E claro que quando falo "choro", estou me referindo à emoção bela, intensa e profunda que nos evocam ver estas obras em seu ápice, e não ao simples choro em si, este apenas consequência desta emoção, podendo vir ou não... Mas a emoção certamente vem.
É por isto que o nome da postagem é "A chama que se acende no coração dos homens puros"... 
A sensação que eu tenho quando estou de bem com a vida, é como um fogo queimando no peito, uma forte chama que se acendeu, e queima! Com toda a intensidade, sem limites como só o fogo sabe fazer. Esta é a força maior de transformação que temos, mas que nem sempre sabemos acessar. É um dom natural e inerente ao ser humano, mas que muitas vezes não está manifesto, e sim apagado, vazio. Às vezes precisamos de meios "artificiais" para acender esta chama, enquanto não aprendemos a mantê-la sempre acesa, sem ser por algo em especial. Aí entra o poder da lenda, do mito, do bom filme, livro, música, e aqui citando minha predileção especial, a boa história de fadas. Ali entramos em contato com algo como uma realidade paralela, na qual encontramos identificações com os personagens, e passamos a acompanhar o enredo do seu mito. Essa identificação, creio, é algo também inerente ao homem, uma das facetas da natural compassividade que possuímos. Logo, sofremos junto, e nos emocionamos junto. E não há nada mais belo e dignificante do que a vitória justa, pura e imaculada daquela pessoa que sempre acreditou. No(a) Divino(a), nas virtudes, na justiça e na força interior. Portanto quando acontece, esta é uma vitória justa, merecida, enquadrada nas bases da verdade, pois encontra ressonância no que É. E quando é assim, algo muito poderoso dentro de nós reconhece de imediato. É certamente algum poder místico que nossa alma traz, a de se enternecer. E o centro desse poder é o coração. Em honra a isso, atualmente nenhuma idéia me fascina mais do que a reverência ao " fogo que se acende e queima com absoluta intensidade dentro do coração do homem de bem, lhe outorgando todos os poderes do Universo." (!!!) Não é mágico isto? :)
Obrigado!!

Um comentário:

Anônimo disse...

MAIS QUE LINDO...VERDADEIRO! SABE, PEDRO, PARA SER UM GRANDE ARTÍSTA É PRECISO DOM, MAS PARA SER UM GRANDE "SER", É PRECISO AMOR, SENSIBILIDADE, PERCEPÇÃO E ISSO, QUERIDO, VC TEM DE SOBRA ALIADO A UM GRANDE DOM.
PARABÉNS. AMEI O TEXTO!

BEIJÃO E PROFUNDA ADMIRAÇÃO DA
AMIGA DE AVALON,

LÚCIA GÖNCZY